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quinta-feira, 10 de março de 2011

Fundamentos do Drop


Todo mundo deve concordar que aprender a dropar em transições é foda. As chances de algo dar errado são enormes. Você ouve “põe pra baixo”, toma corajem, da aquela última respirada e de um segundo para o outro, você e o seu Skate mergulham a uma razão de quase 10 metros por segundo rumo ao chão. Nesse momento, tem muita gente que não suporta encarar a “queda” de frente.
É realmente difícil encarar uma aceleração dessas. Principalmente porque nos primeiros milisegundos, você está paralelo ao chão, em queda-livre. É comum você “fechar os olhos” nesse momento e tentar desistir, colocando o corpo de volta “em pé”. E ai a transição te pega nos milisegundos seguintes e te “chapa” no chão do lado oposto da sua base. Eu mesmo, Skate Science, levei inúmeros “hang-ups” antes de acertar o meu primeiro drop e sair de “pau-duro” do bowl.
O ponto é que você vai contra todos os seus instintos quando dropa. Dentro do seu ouvido, tem um sisteminha composto por 3 tubos, chamado sistema vestibular. No momento do drop, esse cara avisa para o seu cérebro que há algo errado acontecendo: a princípio, você está levando um tombo.
Encarar a rampa, ter sangue-frio e convencer a mente a deixar o corpo naquela posição porque “tudo vai dar certo no final” é uma tarefa árdua. Mas quando você vence essa barreira, rapaz, daí não tem mais volta. A sua mente muda depois disso e não é só porque você venceu o instinto usando a sua consciência. É também porque você descobre qual é a sensação de “voar baixo” literalmente.
O processo físico resultante do drop em transições é bem parecido com o processo físico que faz um avião subir. Chocante, não é? Antes de dizer que o Skate Science é doido e usa plantas; vamos entender como funciona a asa de um avião.
Pode reparar. Toda asa de avião é reta em baixo e curvada em cima. A parte que é curvada, se for “esticada”, é bem maior que a parte de baixo. Quer dizer: a parte curvada tem mais “espaço” que a parte debaixo. Quando o avião acelera para frente, a massa de ar que bate na frente da asa é obrigada a se dividir. Metade do ar vai para a parte de cima da asa e a outra metade, vai para a parte de baixo.
O ar que passa por cima, percorre mais “espaço” que o ar que passa pela parte de baixo da asa. Mas tudo isso acontece no mesmo “tempo”. Se o ar de cima percorre mais “espaço” que ar da parte de baixo e tudo isso no mesmo “tempo”, então o ar de cima teve que correr mais que o ar da parte de baixo, certo? Pensa ai se não! Quando isso acontece, a pressão do ar de cima diminui e dai o avião levanta vôo.
Inverta esse movimento e você vai entender porque o drop pega aquela velô. Você, assim como a massa de ar, é um corpo íntegro. Mas durante o drop metade do seu corpo (do umbigo até os pés), percorre mais espaço do que a sua parte de cima; tudo isso no mesmo “tempo”. E no final, dependendo do movimento do seu corpo, você acaba com a maior velocidade, ou parte dela. Em vez de voar, você “gruda” no chão, e fica mais pesadodurante um tempo, porque a aceleração da gravidade se soma com a aceleração que você desenvolveu durante o drop, gerando quantidade de movimento. Esse peso adicional se decompõe vetorialmente e devido ao seu skate, você é lançado para a frente.

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